Molduras da minha adolescência V

O retrato de Dorian Gray não foi minha primeira leitura de Oscar Wilde, mas, por certo, uma das mais impactantes. Difícil descrever o que senti com as palavras do irlandês :  se o leitor imaginasse saber dos pecados de Dorian seria porque os trazia todos no coração. De fato, Wilde não os elenca ao longo de toda a narrativa. As reações dos outros personagens à presença do protagonista são sempre conflituosas, temerosas. Não preciso dizer que pensei horrores e me assustei com isso.
Wilde tem a capacidade de incomodar e isso torna a história atraente e assustadora. O pacto feito por juventude eterna envolve a trama em mistério e o leitor se rende.
Reli outras muitas vezes e, confesso, o tremor não diminuiu. Dorian Gray ficou como um dos personagens mais desafiadores a ser estudado. Não é de admirar que Wilde tenha escrito este único romance. Segundo ele mesmo, definitivo, microcosmo do mundo.
Oscar Wilde tornou-se um amigo para mim. No entanto, permanecem as palavras ecoando ao longo do tempo : quais seriam os pecados? E por que a ideia ainda assusta após mais de 150 anos? Véus de artista. Descobri-los, por quê?

Comentários

  1. Os romances sempre foram as minhas leituras favoritas. Justamente porque prendem a nossa atenção. Muito bom!
    Ótimo texto amiga!

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  2. Sou suspeita, Ana. Toda vez que leio tudo ao redor fica em silêncio. Obrigada pela força.

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