Andrei - moldura para o texto de vida de César Veneziani

A morte de um filho é inominável. Ouvi isto, certa vez. De fato, temos palavras para nomear todas as outras situações de perda: viuvez, orfandade..., mas não para a falta de um filho.
Na escritura da vida, como a caneta que sulca a folha, cada acontecimento é marca indelével que desenha rugas e marcas na pele. De início, a morte de alguém faz esmaecer o riso e suga o brilho dos olhos...mais tarde, as lembranças felizes se sobrepõem e a leveza do sorriso aponta: a partida de futebol, o churrasco com os amigos, as leituras em conjunto, os almoços de domingo, aquela festa de aniversário...tudo fica iluminado pela presença da ausência. A memória é uma dádiva...um presente divino: traz de volta o faltoso, faz presente o passado. Então, as rugas e marcas tomam outro sentido: o de ter valido a pena viver para conhecer esta pessoa que será sempre única no coração.
No jardim do Céu, descansa Andrei, nos braços do Pai e sorri...para ti, meu amigo César.

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