A fronteira na moldura

 A obra fica circunscrita em pequeno espaço e, por vezes, luta para se desvencilhar da barreira da matéria que a cerca. Deseja derramar-se e, rebelde, empenha-se... sem êxito. Revolta-se com a moldura e a confronta.

Paciente e docilmente, a moldura relembra que este despejar-se é privilégio do observador da obra. A ela cabe, levá-lo a verter emoção e sentimentos sem medida. Ela provoca, evoca, mas deve ocultar sua própria sensação. Ela deve contentar-se em ser para o outro... somente.

Uma lágrima corre.

'Ora...mostre-se sempre a mim. Entendo-te como ninguém. Afinal, sou para o outro também. Derramemo-nos em nós e permitamos aos outros centelhas de infinito como as que nos guardam em nosso silêncio.'.

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