Uma coroa para a obra

 Uma menina deixou presa a um dos cantos da moldura uma pequena grinalda de flores. Ninguém viu. Só a moldura...sempre em alerta. Um doce aroma de rosa e lavanda invadiu o ambiente, mas, felizmente, não foi notada a estranha presença. Uma coroa para a bela obra que gritava aos olhos e ouvidos. Adornado por uma criança  - aquele ser minúsculo que sabe tudo até crescer -  foi um trabalho de arte antigo e sempre novo. Ela entendeu, aclamou e premiou o que sua sensibilidade pueril distinguiu. A moldura exultou com o reconhecimento. A obra, chorou. Uma mão adulta retirou repentinamente o adorno. Destituída? Agora, nunca mais. Para sempre rainha. Já valeu a pena.

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