Allegro, com Oscar Wilde

 Escrito em 1889, o poema Sinfonia em amarelo reluz pela simplicidade. Em cenas cotidianas, Wilde insere elementos com a cor da revolta, do anseio por mudanças. Em versos serpentinos, o poema é concebido para, da tragicidade que emana da monotonia, chegar à alegria das oportunidades de escolha. Visitemos, enfim, o texto: 

 Um ônibus atravessa a ponte,

 Borboleta amarela a deslizar, 

 E aqui e ali, algum passante

 Parece um mosquito inquieto

 Grandes barcaças cheias de amarelo feno 

 São impelidas para os cais sombrios, 

 E como um amarelo cachecol de seda

 Pende ao longo do molhe de espessa névoa

 Começam a secar as folhas amarelas

 E dos olmos do Templo caem, girando, 

 E aos meus pés o Tâmisa verde-pálido 

 Jaz como uma barra de enrugado jade.

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