Chama emoldurada

 De posse da lembrança, corro a emoldurar o lumaréu  e cuido para que, na tentativa de fuga, não  se derrame sobre a moldura.

Examinho com atenção a intensidade que luta para se livrar e penso em como, criança, ficava fora dos moldes. Gostava de brincar, é certo, mas apreciava servir, oferecer ajuda e ouvir. Aos poucos a labareda foi querendo ser comum e perdi um pouco o jeito.

Desencaixo a moldura por trás e sinto a força da flama e me deixo incendiar...abandono a adequação...aceito  acudir, amparar...amar.

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