Olhar transitivo

O irlandês Oscar Wilde se utilizava dos nomes das cidades que visitava para sobrenomes de suas personagens. Assim, emoldurava seu texto com inúmeras lembranças. Cada personagem transitava por histórias outras alheias a si. Lady Windermere não era só uma encantadora e fiel esposa, mas também, como a cidade, misteriosa, cativante, sedutoramente inocente. Para cada história, no quadro das páginas, ganhou uma moldura flutuante, com nuances de cores que, secretamente dançam na mente do leitor, mesmo que inconscientemente. Cada rua contida em uma personagem lida por um outro...um olhar para sempre transgressor de espaço e tempo.

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